segunda-feira, 18 de julho de 2011

Buera Ville (atrasado, mas em tempo!)

Em fevereiro de 2011, fui convidada a colaborar com a Divisão de Cultura de Buerarema. Logo na primeira visita à falada cidade da serra do Jequitibá, me apaixonei. Me demorei a contemplar a vista da praça a partir da janela da secretaria de educação, cultura e desporto. Uma lindeza aquela praça enorme, circundada por árvores cinqüentenárias. E tinha um som, assim, de rádio, o tempo todo... Era a rádio comunitária, veiculada em alto-falantes afixados nos postes do centro! Um cachorro passa, meninas passam, rapazes ficam e comentam a passagem das meninas, a rádio toca, informa, harmoniza. A barraca “pastel com tudo dentro” era sugestiva para aquelas altas horas da manhã.
Aguardando a hora da entrevista, as borboletas marcavam presença no estômago, embora o secretário de educação fosse um amigo querido, colega dos tempos do mestrado. Apresentada ao diretor de cultura, parti com gosto (e aquela insegurança de antigamente) para o trabalho.
Andinho gastou longas horas me contando da cidade, dos sonhos, dos frutos, das dificuldades, dos desafios. Mas acho que o trabalho começou mesmo depois da comemoração ao dia do circo, em março. Caminhamos um tanto pela cidade, dando conta das pendências. Fiquei encantada com as casinhas antigas, as cores fortes, as platibandas, o cuidado da comunidade com o seu “lar”. Tinha ainda uma venda, daquelas bem pequeninas, de secos e molhados: oferecia milho, feijão e outros grãos em sacos transparentes, pesados numa balança bem antiga; bebidas em garrafas coloridas. Uma cidade autêntica: o moderno já convivendo com o antigo, mas vivido pela comunidade, para a comunidade. Ah, eu já ia esquecendo de reforçar: Buerarema não é só a cidade da serra do jequitibá! Tem também a serra das Trempes e a do Padeiro, onde existe uma aldeia tupinambá.
Voltando ao dia do circo. No ginásio, uma loucura de quase 500 estudantes esperavam o espetáculo da tarde começar (os que assistiram pela manhã queriam ver de novo!). Jogavam futebol com um limão. E bastou Andinho chegar e falar “todo mundo pra arquibancada!” (catando o limão, é claro!) e todo mundo correu a seus lugares para ver o palhaço entrar.
A turma do circo (dois rapazes e a namorada de um deles) tinha habilidade de profissionais e, apesar da interrupção anunciada das atividades do circo, eles fizeram valer aquela tarde.
Voltei pra casa com umas cinco ou seis idéias na cabeça, alimentadas pela vontade de fazer valer também a minha presença ali.
E estamos caminhando: o Memorial das Paneleiras está aprovado na Lei Rouanet e tem mais novidades a caminho.


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